Ao longo do ano, o INESC TEC realizou um conjunto de testes com ‘biosamplers’ nos mares europeus. O objetivo? Não só experimentar a integração da tecnologia com veículos autónomos subaquáticos (AUV), mas também as suas capacidades de recolha de amostras eDNA para inventário de espécies de peixes.
Ao largo da costa do Porto, os testes incluíram a integração de um ‘biosampler’ – um sistema desenvolvido para a recolha de amostras do mar – com o AUV EVA, de forma a obter amostras até 100 metros de profundidade. Os investigadores do INESC TEC e do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental – também recolheram amostras manualmente, de modo a comparar a eficácia dos processos de recolha automáticos em relação aos métodos tradicionais.
Durante os testes, o veículo autónomo do INESC TEC também realizou ações de mapeamento do mar, através de batimetria de precisão, complementando a informação recolhida previamente com dados específicos sobre a morfologia do fundo marinho.
Os testes foram efetuados no âmbito do BioProtect, um projeto de I&D financiado pela União Europeia com o objetivo de desenvolver ferramentas para a proteção da biodiversidade e ordenamento do espaço marítimo.
Entretanto, a equipa do INESC TEC também viajou para uma segunda ronda de recolha de amostras em Oostende. Mais a norte, no mar belga, os investigadores António Carneiro e Pedro Marques instalaram um ‘biosampler’ personalizado numa embarcação de pesca, em cooperação com um projeto da EV ILVO para o desenvolvimento de capacidades de amostragem eDNA. Depois de duas operações no mar, o sistema demonstrou estar totalmente funcional.
Nos próximos meses, todas as amostras serão sequenciadas para análise do respetivo eDNA, produzindo informação essencial para um melhor levantamento das espécies de peixe mais valiosas a nível comercial no setor das pescas na Bélgica.
